quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os Fenômenos




Há pessoas que têm dons excepcionais de vidência, clariaudiência, etc., que não conseguem ser felizes. Pelo contrário, se embaraçam na própria paranormalidade.
Talvez seja por isso que muitos instrutores espirituais nos ensinam que, na meditação, se começarmos a ter visões ou outro fenômeno, devemos pedir à Deus que nos afaste destas manifestações. Elas nos tiram da meta verdadeira que é a realização do que somos, da nossa natureza divina e do contato com o Cristo interno.
Os fenômenos audíveis, visíveis e coloridos, pertencem ao plano astral. Ao baixo ou ao alto astral, porém ao primeiro nível depois do plano físico em que vivemos. E lá como aqui, podemos nos confundir facilmente ou até desestruturamo-nos conforme o contato que fizermos.
Muita gente faz tudo para ser vidente, mas, sabe-se que a vidência no astral é, geralmente, carma difícil e doloroso. Só os níveis mais elevados e sutis podem nos trazer luz.
O importante não é ver além da matéria ou ouvir vozes, o importante é, através da purificação da mente, do caráter e da reta ação, atingir níveis mais altos de consciência e conhecimento.  É preciso trabalhar dentro das leis divinas do perdão, do amor, da cooperação, da fraternidade e do aperfeiçoamento. Só cumprindo sempre as leis divinas pode alguém atravessar, sem risco, o ilusório e denso plano astral.
Aqueles que desejam e fazem o bem a todos, especialmente aos que, carmicamente são postos ao seu lado, pelas circunstâncias da vida é que, se elevam mais e encontram a luz e os campos da paz.
O plano astral é percebido pelo plexo solar e os planos superiores, pelo centro cardíaco ou pelos acima dele.
É preciso que busquemos Deus e sua plenitude, na luz crística posta ao alcance de todos, e não, na paranormalidade confusa e difícil.
É preciso nos centrarmos naquilo que é divino em nós, da forma mais intensa e completa que pudermos. É isto que abre, para todos, os caminhos futuros da raça. E isto se faz, não apenas pela prece e a meditação, mas pelo pensamento e ação corretos, a cada dia.
Nada nos pode atingir, se não houver sido, de alguma forma, atraído por nós mesmos. Não se deve procurar fenômenos ou companheiros de fenômenos, mas se aquietar e pedir orientação e ajuda a Deus onipresente em cada um: Ele “ensinará a todos”, diz a Bíblia. Precisamos ir ao Cristo interno, diretamente e pedir-lhe proteção e guia. Em sintonia correta com a fonte, as ilusões de superfície se desfazem. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; não se contente com menos do que isto.

sábado, 18 de outubro de 2014

O amor ausente

ELE veio e disse: “Eu sou a Luz do mundo: amai-vos uns aos outros...”. Mais de dois mil anos se passaram e a humanidade aprendeu muito pouco de sua mensagem, do seu exemplo e do exemplo daqueles que o seguiram de perto por todos estes séculos.
       A maioria não tem feito do amor, da paz e da justiça o seu lema mas, ao contrário, o homem voltou-se cada vez mais intensa e sofisticadamente para as formas de agressão pessoal, familiar, de grupo e de nações.
       A humanidade cresceu não em fraternidade e amor, mas em desejo de domínio, em ataques e contra-ataques, em guerras e em lutas sangrentas e violentas. Esqueceu-se da compreensão, do perdão, dos caminhos da remissão e da salvação para planejar sequestros, assaltos, invasões, rebeliões de toda ordem.
       O mundo de hoje pensa menos em aplacar a fome dos famintos, em educar os analfabetos, em socorrer os miseráveis e doentes do que em inventar armas e mais armas, cada vez mais terríveis e potentes, pensa em mentir, em enganar, em lesar, em roubar, em violar, etc., como se algum mal – ou algum bem – pudesse ficar encoberto para sempre, ou como se esta passagem pelo mundo da matéria fosse a única meta do homem, a única vida que lhe fosse dada.  
       Depois de mais de 2 mil anos, a humanidade ainda não se sente irmã, não se vê como unidade,não percebe que o que fazemos hoje retorna a nós algum dia, não comunga em amor,não ama o próximo, sua família, sua cidade, seu país com aquele amor de unidade e fraternidade.
       Os dirigentes das maiores nações não encontraram ainda o modelo do homem integral para sustentá-las e defendê-las, dentro de leis inspiradas pela sabedoria de todos os tempos e permanecem numa corrida armamentista que só pode levar à destruição total. E essa obsessão pelo ataque e a defesa, o poder e a força, cria um clima internacional de violência que contagia sempre as mentes mais fracas e menos abertas à luz universal e ao plano de sabedoria e amor de Deus, para toda a humanidade.
       Nesse clima cada vez mais denso, mais sufocante e aterrador, muitos perdem o rumo da vida eterna que vai além da fronteira da morte física e se embaraçam cada vez mais na escuridão da ignorância e no desacerto da própria paz interior.
       Os que pregam a paz, os que trazem a luz são geralmente as maiores vítimas das trevas que envolvem cada época. Foi assim no tempo de Cristo condenado e morto, foi assim com Lincoln, com Gandhi, com Kennedy, com Luther King, com Mandela e com tantos outros.
       Atualmente milhares matam, roubam, sequestram, suicidam-se, agridem, mentem, torturam, etc., porque perderam de vista o ensinamento luminoso do Cristo, daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Muitos estão esquecidos que são templo da Vida Una que quer se manifestar em todos e não apenas em alguns. Muitos, muitíssimos, ainda não se fazem terreno fértil para a semente luminosa que lhes foi dada e atolam e regridem caindo nos abismos da escuridão. Que se murem as portas do ódio e do mal. 
       Os bons exemplos precisam partir dos maiores, dos mais poderosos, dos detentores de toda sorte de poder e força, para que o mundo amadureça em amor, paz e alegria permanentes; para que a aura do nosso mundo manifeste mais luz e dissolva as trevas dos violentos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Investigue-se

O caminho para Deus começa junto de você, dentro de sua casa. Inútil é buscar um encontro maior com Deus enquanto não há harmonia entre os que convivem com você. Se o relacionamento com o marido/mulher, com os filhos, pais, irmãos, cunhados, etc. não vai bem, trate de melhorá-lo antes de buscar uma “técnica” de relaxamento ou uma forma de oração em grupo, etc. Se você tem uma oferenda para Deus, reconcilie-se primeiro com seu irmão, depois vá ao altar de Deus.
            E, na reconciliação, não tente apenas culpá-los, antes procure onde você falhou, pois nós atraímos e contribuímos diretamente para as situações que nos rodeiam: estamos na raiz de todas elas, hoje ou no passado. Investigue-se.  
            Ainda que você esteja convencido de que tudo faz pelo bem  de todos os seus, aprenda a colocar-se no lugar deles, aprenda a não “enquadrá-los” em seus pontos de vista, procure, antes, amá-los tão intensamente que seu amor os envolva sem asfixiá-los, sem escravizá-los. Um amor profundo, ao mesmo tempo que libera, prende pela doçura, pela compreensão, pelo esforço em acertar, em dialogar, em envolver em carinho.
            Você pode estar vendo só o seu ponto de vista e estar esquecendo-se do carinho, do amor; a intolerância pode estar acentuando a reprovação, a crítica, a queixa, a irritação, a lamentação, etc.
            Lembre-se que só depois que você harmonizar-se corretamente, com todo o seu ambiente, terá mais chance de relaxar-se, de encontrar-se, de tocar planos mais profundos de seu ser e colher aí a alegria duradoura, o crescimento verdadeiro, a realidade mais plena de sua Vida. Encontra-se aí sua unidade com Deus, ou o reconhecimento de que tudo de que você precisa está e sempre esteve ao seu alcance, dentro de você. Desde que você esteja dentro das Leis universais do amor e da fraternidade.
            Quer no mundo visível ou invisível, quer saibamos ou não, só há um Poder, e esse poder é benéfico. Quer aceitemos ou não, quer saibamos ou não, só há um comando, um poder. Tudo foi por Ele criado e fora dele nada existe.
            Mesmo quando pensamos e dizemos que Deus não existe,  que estamos fora de seu amor e proteção, estamos apenas passando por crises, por testes ou por etapas de crescimento real e integral. Muitas vezes é a dor e o revés que nos despertam para uma vida nova, para valores até então encobertos para nós.
            Só há uma Vida, e essa vida é perfeita e é ela que nos dá vida, dons ou plenitude.
– E por que adoecemos, fracassamos e envelhecemos?
            – Simplesmente porque não estamos conscientes do que somos, e das leis sábias que nos regem, ou porque infringimos as leis mais elementares da vida universal. Porque nos parcializamos, nos dividimos, nos fechamos ou rebelamos contra as leis do amor e da fraternidade universais. Porque preferimos a expressão exterior à expressão integral do homem. Hoje se diz muito: queremos ser e não ter. Dizemos mas não sabemos ainda viver esta realidade de ser. Pensamos que para ser é preciso ter cada vez mais, no plano exterior, quando, quase sempre, é até o contrário.