segunda-feira, 31 de março de 2014

A Transição

Uma dinâmica corrente de vida e luz envolve o nosso mundo enquanto a humanidade a ignora perdida que se encontra em seus limites de bens materiais, de violência, de ganância, de artifícios e de separatividades raciais e religiosas.
       A cada dia a consciência da maioria se centra mais nos problemas e valores terrenos, sem elevar os olhos para o azul do céu e a luz do sol e para a libertação do homem.
       Estamos num tempo de visível transição em todos os níveis de expressão e manifestação e não nos entregamos a uma diretriz interna mais firme capaz de nos libertar; e não trabalhamos no crescimento da fé no plano superior, visando apenas nossa breve passagem pela matéria mutável a cada hora. 
       É tempo de invocar o que há de mais rico e mais profundo em nosso ser ainda tão pouco reconhecido em sua inteireza e potencialidades. Essa imagem do Pai Criador está tão apagada em alguns homens que dificilmente podemos reconhecer-lhes qualquer semelhança com o divino e o Superior.
       Passarão os tempos, porém, não passará a vontade e o plano de Deus para cada Ser. Mas aqueles que hoje despertam quer pela ciência, quer pela filosofia ou a mística, estão expandindo sua consciência para níveis antes insuspeitados.
       Por mais tropeço que se tenha no caminho, há sempre uma luz a guiar aqueles que a buscam ou tentam irradiá-la. As forças involutivas e retrógradas procuram barrar os caminhos e derrubar a confiança onde as claridades são mais evidentes.
       É hora então de se manter firme na fé e na vigilância para não se sucumbir às dúvidas ou ao medo paralisante.
       Há um só poder criador e uma só lei de harmonia e amor, é preciso, portanto, que nunca nos desliguemos dela, para não abrirmos espaço para as sombras e os desânimos que procuram se infiltrar.
       Dentro de cada ser está o Cristo que veio para nos trazer vida, e vida em abundância. Só quando não recebemos dessa fonte viva, por nosso afastamento dela, de sua força e alegria, é que podemos nos sentir fracos e desamparados ou perdidos. O tempo urge e a transformação se impõe a partir de cada um.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Silêncio Místico

Vivemos rodeados de vozes, de sons e de imagens. Cantamos, falamos e registramos sons e vibrações desejáveis e indesejáveis, porque a coletividade está usando e abusando da comunicação, em todos os meios.
Nós nos rodeamos sempre não apenas de pessoas, como de rádios, televisores, gravadores e demais aparelhos eletrônicos.  Há todo um exército de aparelhos cujos sons preenchem nossos dias e, muitas vezes, também nossas noites.
Muitos acham e pedem a lei do silêncio, mas a grande maioria tem medo do silêncio absoluto e perfeito. Entretanto, é no silêncio maior que germina a paz mental e aflora a sabedoria, o autoconhecimento e a luz interna. Hoje é preciso que se aprenda o silêncio, como quem estuda lição da vida, de transformação e de transmutação.
Se não colocarmos um curto período de silêncio e reconhecimento diariamente, em nossa vida, estaremos em breve com a mente desarmonizada, alterada, girando de um pensamento para outro, sem qualquer capacidade de concentração, de sincronicidade, ou mesmo de expansão.
Sem um silêncio interior periódico, dificilmente nos abriremos à intuição, à percepção de níveis mais profundos e refinados ou de outras dimensões de vida no nosso ser.
Sem música adequada ou silêncio disciplinado não há satori, nem êxtase, nem samadi, ou seja: não chegamos à experiência alguma de nossas possibilidades mais elevadas, de nossa meta maior, como seres humanos a caminho de uma vida superior. Só na transformação de pensamentos, grosseiros e egoístas, em percepções de sabedoria e elevação, pode-se gerar uma energia mais potente, capaz de abrir-nos a entrada de nossos próprios mistérios, de nossas próprias possibilidades, ainda não atualizadas pela humanidade, em sua imensa maioria.
Por isto, o silêncio é o mestre e o companheiro de todos os sábios e os santos.
Quando todos saem e você fica sozinho pode pensar que está inteiramente só, só com seus pensamentos, não é? O silêncio é completo.
Entretanto, não se iluda, você está com a vibração e a sintonia de todos os que convivem com você, está com as ondas de todas emissoras de rádio e o som e imagem de todas as televisões do mundo. É só ter aparelhos adequados que você verifica isso logo. Ligue um rádio potente ou uma TV em cadeia mundial. O som, as imagens, os personagens das notícias ou das histórias estão ali, com você, o tempo todo.
Os homens e governos ainda não compreenderam isso, e só por isso permitem que se repitam cenas e imagens sucessivas de guerras, violências, roubos, mortes, etc. O que acontece no mundo é o resultado da média coletiva da mente dos homens.
Entretanto, no plano da criação de livros, telas, filmes, teatro e novela, tudo que não constrói, que não lança a boa semente, destrói e contribui para o mal coletivo.
Se dia e noite repetimos, no éter palavras, imagens e ideias  de  agressividade, traição e violência, ou de inversão de valores morais ou sociais, obrigamos a toda a humanidade como que a “flutuar” dentro dessa nuvem de ondas e vibrações  que se propagam. Ondas que moldam a mente infantil e a mente dos mais fracos, germinando neles sementes semelhantes. As emissoras e telas estão saturando o ar que respiramos, com a conivência dos devidos patrocinadores, do que há de menos positivo e correto para chegarmos a uma convivência pacífica, a um desabrochar das capacidades superiores da humanidade.
O que é benéfico, harmonioso, fraternal, filosófico e espiritual está sendo preterido e todos sabem e veem isso, pela inversão de valores. E como atraímos sempre o que emitimos ou incentivamos, a humanidade toda está colhendo os frutos plantados pela maioria dominante e incapaz de abrir-se à luz maior.

É hora de crescer, é hora de encontrar-se. Não há mais tempo a perder!