Vamos brincar de apagar a luz e
plantar claridades na areia, como se a praia fosse o longo mistério prometido?
Vamos brincar de algas e de espumas,
de maré e de veleiros, onde cada mastro é um porto de refúgio? Vamos entrar no
mundo do Faz-de-conta dos que exploraram tudo em volta, aquém e além do céu e
resumiram-se na primeira simplicidade do despertar de um novo tempo.
Vamos pretender que além de todos os
desenganos, renasça o intacto mundo das libertações esboçadas em todos os
caminhos e prontas a florirem, sempre à custa do trabalho e da pesquisa. Vamos,
talvez, confiar nas palavras emprestadas que podem discorrer mais rápidas e
justas do que as mais ajustadas peças de combate e defesa que ousamos possuir.
E por que não começar logo as
experiências, se o simples fato de começar desata o cordão da longa e
fantástica hora que nos iguala, em mobilidade, aos pássaros e às ideias em
evolução?
Vamos deixar que através de nós fluam
todas as forças que, de cadeia em cadeia, comandam o universo, estabelecendo a
harmonia plena.
Vamos, por um momento, servir ao elo
das energias que nasceram para se expressar, porém tantas vezes as perdemos em
nosso íntimo por limitações internas.
Vamos brincar de acender luzes e
plantar flores na amplidão, com tal coragem, que elas possam brotar por força
de nosso insistente comando fortalecido pela constante presença da luz divina.
Vamos brincar de sol e de
claridades raras - que nem sempre sabemos absorvê-las - pois é plena primavera.