Nessa época de efervescência espiritual que
está movimentando a maioria dos países ocidentais, sobretudo, através de
religiões, seitas, filosofias, rituais, iniciações, ciências quânticas, etc.
uma coisa parece clara se observarmos bem.
Há muita gente complicando o que é simples
e ao alcance de todos, para letrados e iletrados, adultos, velhos e crianças. O
meio é um só, claro e singelo, porém, a maioria gosta de mistérios, segredos e
grupos reservados e por isso eles estão também aí para que ninguém fique de
fora da espiritualidade.
Jesus deu a fórmula mais simples, eficaz e
sintética que existe e que, até hoje, não foi superada. “Ama a Deus sobre todas
as coisas, e ao próximo como a ti mesmo.” Isso é tudo o que se precisa, é a lei
e a graça ao mesmo tempo. Não é fácil para nós, iniciantes do caminho superior,
e não é apenas o principal, mas é tudo.
Qualquer via para as dimensões superiores,
seja no oriente ou no ocidente, que tenha essa base ou outra equivalente passa
sempre por essas verdades claras e primordiais. Essas propostas de Jesus estão
incluídas em todos os caminhos corretos até mesmo naqueles aparentemente pouco
religiosos como os científicos e os sociais abrangentes.
O amor impessoal inclui o respeito, abrange
tudo e todos os seres viventes numa expansão de claridades, sutilezas e
conhecimentos novos que o verdadeiro amor proporciona. É também um processo de
pacificação da mente e de alegria do coração em todas as circunstâncias.
Na Índia, Ramakrishna diz: “as pessoas
choram baldes de lágrimas pelos parentes que morrem, pelos filhos rebeldes,
pelos maus negócios, pelos amores infelizes, etc.” E pergunta: “mas quem chora
porque não teve ainda percepção clara ou contato direto com a presença de Deus?”
O amor a Deus, ao Criador, é um processo
ativo onde todo o nosso ser se empenha disciplinadamente todos os dias para um
contato com o Pai – assim como um grande amante quer sempre notícias de seu
amor. O amor a Deus é um trabalho real de reconhecimento da onipresença e de
sua onisciência, em si mesmo e em todos os outros onde quer que estejamos.
É preciso crermos no que é real e não na
aparência imperfeita daquilo que não é ainda manifestado em toda sua plenitude.
Crer no defeito humano é crer que uma criança pequena nunca chegará à sua
maturidade para se expressar de forma diferente; é pois condenar o infantil e
imperfeito e não ver ali a futura maturidade, a plenitude do ser.
- E o amor ao próximo? – Esse então nos
parece mais difícil ainda se não desenvolvemos a idéia do Deus onipresente.
Porque o próximo, seja ele parente, colega, amigo e até inimigo, povos de todas
as raças, cores e regiões do Planeta formamos uma única unidade.
Um filósofo persa diz que não podemos, numa
árvore, amar uma folha e rejeitar a outra, querer que um galho floresça e que o
outro morra. Somos uma unidade, um todo, e a onipresença divina está apenas
mais perceptível em alguns e menos em outros – ou talvez a nossa visão é que
esteja imperfeita no nosso julgamento falso do que nos rodeia.
Como amar a Deus em alguns
e rejeitá-Lo em outros? Temos que chegar um dia a ser como o sol que a tudo
ilumina e aquece, que brilha e irradia a sua glória de parcela do Universo.
Então, ainda na matéria, participaremos de outras dimensões de forma consciente
ou mais sutil.
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