A
Vida é sempre uma corrente que flui, nunca um lago ou um poço limitado, ensinam
os iogues orientais. De cada um de nós dependerá a qualidade e intensidade da
energia que nos anima, ou a luz que refletimos.
Se
o canal é limpo e cristalino a corrente fluirá na sua forma mais perfeita.
Entretanto, o homem operando os seus instrumentos mente-corpo, geralmente
interfere, mancha, põe barreiras, cria obstáculos ao fluir constante e
equilibrado da vibração luminosa. As correntes mentais, vitais, emocionais e
nervosas são, a cada dia, o condicionamento para estados negativos e impróprios
que podem impedir o construir e o expandir-se.
Manter
continuamente livre, o acesso à luz e à paz é tarefa para gigantes do espírito;
mas é acessível a todo aquele que se dispõe a conquistar a própria natureza, o
mundo sensorial e suas implicações materiais ou anti-naturais.
É
da natureza da energia fluir para o homem o equilíbrio, a comunhão, o
conhecimento da unidade e o trabalho inegoísta. Mas é da natureza da mente
humana o apego a paixões, às cobiças e competições pela posse de bens
materiais. Tudo isso perturba o equilíbrio perfeito e original do ser humano e
aciona a lei do sofrimento para recompor, corrigir e restabelecer a harmonia
inicial da semente do espírito.
Estamos
num trabalho comum de ascensão e todo aquele que, por ignorância ou
incapacidade, não quer cooperar no aperfeiçoamento próprio e coletivo, é
violentamente sacudido pelas leis da criação, por diversas e quase sempre
dolorosas formas de compensação, para que se refaça o equilíbrio e se prossiga
na ascensão.
Só
quando nos abrimos ao luminoso fluxo do espírito e cooperamos na sua irradiação
pelo mundo, começamos a tocar a estrada da paz, e para essa abertura, precisamos
de auto-conhecimento.
Tudo
aquilo que limita a mente humana e sua capacidade de investigação e análise
superiores, pode ser quando muito uma parcela da Verdade; um de seus aspectos,
não a Verdade plena. Tudo que rotula, restringe ou dogmatiza, diminui o
infinito no homem, cerceia, condiciona e tolhe sua capacidade de desdobramento
constante. Tudo que impõe regras limita o campo.
O
sol irradia, em todas as direções, o mesmo brilho e luz. Também a mente cósmica
na sua interpenetração no homem, deixa nele o germe de grandeza sem fronteiras,
de possibilidades insuspeitadas. O homem, em sua maioria, não atingiu ainda as
mais plenas possibilidades de seu cérebro de modo que ele não pode deixar de
compreender que está apenas iniciando uma caminhada para uma complementação
divina e eterna. É conhecendo-se e se transformando que o homem se abre para
sua realidade. Pois ele já é um átomo perfeito mas ainda não tem consciência
disso, portanto, não pode usufruir do estado luminoso que habita o seu
interior.
A
humanidade passa agora, por um ponto importante da jornada, pois começa a
despertar em muitos a consciência do divino, a sensibilidade além da matéria, o
pressentir do eterno, a atração quase inconsciente pelo mais puro e perfeito. O
homem vislumbra hoje a possibilidade de comungar e se unir com o Deus único
onipresente que tudo criou sobre o plano terrestre. E a melhor maneira de
trabalharmos nesse caminho é usarmos diariamente um tempo determinado para a
meditação no Deus que nos criou.
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