sábado, 20 de julho de 2013

Sarça ardente




Se o homem não estiver ligado, em espírito, às energias superiores, ele acaba destruindo suas melhores possibilidades de crescimento.
O conhecimento do Espírito é o princípio que nos indica o caminho para a consciência em nível mais alto. Quando o homem se desliga ou ignora as forças cósmicas, ele reconhece apenas sua expressão física, a ela se apega e nela se limita.
No fundo do Ser, todos nós temos a conexão do Espírito com as energias espaciais. A ciência, dizem os instrutores, acabará descobrindo e nos informando sobre essas uniões e consequências.
O espaço não está vazio, mas encontra-se repleto de silêncio, luz e forças que podem ser captadas pela aspiração, pelo aquietamento e pela correta concentração humana. Há raios invisíveis cruzando o espaço, a escuridão tem luz, o silêncio tem vozes.
A sensibilidade e a vigilância criam em nós aquelas condições que nos permitem perceber a vida que flui além da matéria e que a permeia. O fluir das energias proporciona a transformação das condições da matéria, vitalizando-a ou deteriorando-a.
A energia que nos chega é transformada em nossa mente, emoção e coração, segundo o tipo de vibração que predomina em nós. Daí a importância da vigilância dos pensamentos e sentimentos para que as transformações se deem sempre como um impulso positivo da Vida mais plena e mais pura.
São formadas em nós sementes psíquicas segundo as energias que circulam em nossa mente e coração; são elas que atraem forças semelhantes às geradas em nosso campo vibratório interior.
O fogo cósmico permeando tudo com suas energias transmite afinidade, unindo e fortalecendo as vibrações encontradas, segundo o seu tipo e grau.
Uma consciência limitada para os níveis superiores, ou confusa e em depressão, atrai sempre energias imperfeitas que depois deverão ser reequilibradas ou purificadas pelo indivíduo.
O espírito daquele que invoca a força crística, desperta-a em seu interior e se beneficia de seus frutos segundo sua abertura para ela. A energia cósmica é o impulso criador lançado e proverá a necessidade existente.
A ciência do espírito vem hoje em auxílio dos que tem pouca fé, para mostrar-lhes os mecanismos das luzes e das forças ou bênçãos quando invocadas, louvadas ou assimiladas. É Deus revelando aos homens alguns de seus mistérios e grandezas.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Mestre e Discipulo



- Onde está a puríssima luz pressentida? Por que cresce esse sentimento que é amor e ternura, essa paz que embeleza, essa nostalgia de uma grande ausência perdida entre as estrelas?
- Onde está o caminho marcado pelo vigoroso passo do Irmão Maior, apoiado ao cajado, envolto em longa veste? – Há tanto tempo há rosas nessas mãos em oferenda, sem saber onde depô-las; enquanto já ouço Teu distante chamado...
- Onde captar a vibração de teu comando que acorda o Ser e o impulsiona? A alma chama, teu Verbo que canta e cria, teu olhar que ilumina e dirige. Carinhoso encantamento flutua em busca de teu símbolo, tua cor, teu perfume de sândalo e mirra. Tua síntese de Irmão Mestre marca o caminho.
         Cada dia é novo o amanhecer, envolto na possibilidade latente de tua aurora prometida; o coração aberto, a mente aquietada. O campo elétrico amplia-se; a busca se estende, a descoberta de tua morada torna-se inevitável.
         Já há um interligar antigo, um recordar constante, um crescente reconhecer-te, um profundo entender-te. Teu arrojado e elevadíssimo espírito irradia-se profusamente e, não há como não te tocar a aura, mesmo na distância.
         Não se sabe, apenas, como, no cosmo vasto, endereçar-te a palavra de enlevo, o carinho irmão, o renascer pela pureza de tua palavra gravada; como saudar-te no ilimitado.
         Estranho e indelével é o laço dessa força envolvente, a canção de tua gloriosa fonte.
         Respondendo o canto prece, o Mestre aparece. Emerge do céu, assim como quem desce numa espiral de luz. Ilumina o espaço e tudo é paz, até o medo se desfaz. Nessa hora, a mente em foco permanece; é o lótus que se abre, é a flor que cresce, ou o dia que amanhece?
         Atendendo à fé chamado, o Mestre paira, quase alado, no espaço infinito, no céu ainda estrelado. Ele sente o chamado e vem, como se atendesse ao filho, longamente amado. É a comunhão do discípulo e do Mestre, já revelado. Vendo a lágrima de saudade e solidão, Ele se faz presente, como bom irmão. É a rosa que perfuma o próprio coração; a verdade que suplanta o reino da ilusão.
         Só é preciso amá-lo muito e conhecer sua alta vibração; tudo mais é vão. Pois, ouvindo o canto prece, o Mestre se enternece, de nossas faltas se esquece e, de nosso medo se compadece.        
         Quem passar por um profundo sofrer, sempre a lhe interceder, para esse, o Guia vai aparecer. Quem se preparar, dentro do sábio procurar, esse, o vai achar. Cada vibração do sofrer ou do amar, é como um tambor a ruflar, como um clarim a chamar e o guia interno não o pode ignorar.
         Cada vez que o canto é prece, este milagre acontece e cresce...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Poder







O que te faz chorar, amigo? Em ti jaz todo o Poder. Invoca tua
natureza toda poderosa,  ó tu potente, e este universo inteiro estará a teus pés. (Swami Vivekananda)




 


A humanidade só se desdobra e evolui dentro de faixas diversas de vibração, ritmo e consciência. Vamos do mais denso, ou do material, para o mais sutil ou espiritual. Vamos da matéria densa subindo para os degraus da energia pura, do mais grosseiro para o mais refinado, em vibração.

Partimos, enfim, do mais imperfeito e limitado para o aperfeiçoado até o ilimitado; esta é a tarefa do homem. Temos que realizar o modelo - imagem e semelhança do Criador - que nos foi dado em nossa individualização. Aproximando-nos da perfeição aproximamo-nos da imagem e semelhança com o Criador, e isso exige trabalho árduo e constante. Só através de grande esforço e colaboração com o Pai atingimos estados de consciência de maior paz, beleza e universalidade. Só assim germinamos a semente que nos foi dada, na criação.

Quando aceitamos a imperfeição, somos magoados, agredidos, injustiçados e revidamos do mesmo jeito, entramos na mesma faixa grosseira do agressor e colhemos ali as mesmas leis de correção; quando, ao contrário, pagamos o mal com o bem, a agressão com a tolerância, crescemos pelas leis do amor e não precisamos da amarga “remissão” dos níveis de sofrimento onde se “queimam” as partículas da impureza e do desamor.

A opção é sempre nossa para ascender a um plano mais alto ou para descer a nível mais primário e rude; pedir auxílio à luz e nela se banhar, ou contar com nossas limitadas condições atuais e aumentar as trevas que envolvem o mundo. Tudo é sempre uma questão de escolha de evolução ou de involução, de liberação ou de escravidão.

O Criador sempre nos convida a um lugar mais alto, melhor, mais puro e mais perfeito em nossa própria consciência; o Reino está e sempre esteve dentro de nós.
A humanidade é um todo: o homem deve conhecer e respeitar essa lei da Criação. 

Ninguém pode ter paz, saúde, harmonia, alegria de viver ou até prosperidade na profissão e negócios, se não está reconciliado com os que o rodeiam, especialmente com a própria família. O amor ao próximo é a chave de todo sucesso em todos os planos da expressão humana. Amor e compreensão.
 
Uma família é um núcleo onde todos ensinam e aprendem muito. Depende de cada um que as lições do dia sejam alegres e felizes ou difíceis e duras; que levem ao progresso ou à destruição.

É natural que haja maiores afinidades com determinadas pessoas dentro ou fora da família, mas isso exclui a responsabilidade de “coexistência pacífica”, pelo menos, entre todos.

Cada vez de forma mais evidente se encontra a cura das doenças ou dos problemas de prosperidade material ou espiritual através da reconciliação de pessoas, do exercício do perdão, da capacidade de doação e paciência para com as pessoas de “gênio mais difícil”. Cada um responde só por si e, se de sua parte faz sempre o melhor, não tem que se preocupar se foi bem entendido ou interpretado, se sua ação agradou ou foi elogiada. Temos direito ao trabalho e à ação correta, sem nos preocuparmos com o resultado bem aceito ou não.

Toda a ação correta tem por base o amor, a justiça, a caridade e a compreensão; dentro dessas leis, nós estaremos sempre a salvo de desastres psíquicos, emocionais, físicos ou sociais.

 Nossa responsabilidade de maior entendimento é, antes de tudo, dentro da própria família. Mesmo quando a convivência nos parece difícil, o perdão e a oração devem estar presentes, para que todos se entendam e se harmonizem. Do contrário a Vida nos cobra caro.