A humanidade anda hoje muito perdida e desesperada porque não está
buscando seus valores reais ou porque quer encontrá-los onde eles não estão.
Tentar retirar valores apenas da mente, da emoção ou do corpo físico é
limitar-se ou frustrar-se.
A ordem, a paz, a confiança, a fé, a força interna não são qualidades da
personalidade, mas são valores da alma. Se não nos abrimos à luz da alma, ao
fluir do espírito, dificilmente tocaremos suas riquezas e suprimentos
universais que dão alegria e meta à vida.
Para abrir-se à alma temos que nos voltar constantemente, por alguns
minutos, para a energia criadora, para a presença crística que sustenta a vida
e promove a evolução de cada um.
É útil recolher-se em harmonia e silêncio para uma oração de aspiração
ao fluir do amor, da paz e da criatividade que são características da alma. É
ela que pode nos fazer perceber nossa unidade com o Deus onipresente.
Se não nos abrimos a esse fluir cósmico, ficamos como galhos secos, sem
seiva, separados da vida onisciente.
Ninguém chega ao Pai a não ser pela força crística que se manifesta
sempre que os canais estão limpos e que o amor, a serenidade e a busca do bem
coletivo se instalam no coração; sempre que o dom gratuito de Deus se faz
presente.
O grande sofrimento e desencontro que geram uma humanidade agressiva,
egoísta e violenta é o desconhecimento da natureza da alma e a falta de contato
com seus níveis de energia superior.
A alma é eterna e nela não há separatividade, mas consciência de que
somos todos irmãos. Nós não penetramos ainda a consciência do que somos em
essência, por isso nos vemos separados por religiões, raças, nacionalidades e
partidos; nos vemos inimigos ou desconhecidos.
O discernimento e o desapego é que podem eliminar o egoísmo e a
diferença entre os povos. Nossa vida é a manifestação da vida do Pai
onipresente e onisciente que tudo rege na direção do aperfeiçoamento e da
revelação. Pois ainda não nos foi revelado o que seremos no futuro, quando
estivermos frente à frente em união com o Pai.