Transcendentalismo
poderia ter sido este encontro se sua marca maior não fosse, justamente, a
simplicidade mais pura diante da descoberta.
Somos crianças, repentinamente
crescidas pela graça maior.
Assim, repartimos fraternalmente
contigo, todos os convites, as profundas experiências de um céu que se instalou
ao alcance de todos para ser mais real. Dentro desse longo gesto simbólico, entranhando
nos detalhes, nos descobrimos unidos pelo mesmo ideal.
Pintamos, então, o
retrato do Mestre, como quem refaz a própria imagem; não as feições, os
cabelos, o riso leve, mas a meditação dos olhos, a forma mais grave dos
contornos, o gesto simbólico; dentro desses detalhes construímo-nos como um só
conjunto armado em luz, depois de todas as lágrimas e escuridão vencidas.
Junto ao pincel, que
pode ser caule ou corola, tudo é passível de criação, de violento
reconhecimento e expansão.
A grande glória do
silêncio fez possível todas as sutilezas que vamos compondo juntos, como versos
muito nossos e capazes de captar um mundo irrevelado aos cerceados pelas
palavras, gestos e confissões.
Cada dia penetramos
mais o silêncio, como escafandristas que ainda não sabem bem onde achar e o que
fazer com a plenitude.
No momento, repartir,
simplesmente, as dádivas é o primeiro e imperioso impulso. Conhecer as
possibilidades da luz é a grande esperança.
Agora descobrimos as
formas insuspeitadas e as cores que assinalaram a extensão de um amor que pode
ser proclamado ao mundo. Nada ficará definitivamente oculto, quando se
alinharem as flores de nosso longo diálogo e a busca puder tomar palavras.
Pássaros alvos e
esguios evolucionarão sobre nossas cabeças, proclamando a liberdade. Hoje todo
o horizonte desvendará um sol novo, capaz de despertar os mais rudes.
É preciso que
tenhamos nas mãos uma rosa, para que cada entreabrir de suas pétalas seja uma
batalha ganha, dependendo de nós reflorir o mundo e devolver-lhe a esperança.