terça-feira, 30 de março de 2021

VIVENDO E APRENDENDO


Fonte: foto do Jornal O Estado de Minas de 29 de março de 2021

A travessia dos 96 anos de vida

Não há lição maior do que a de uma pessoa que passa dos 90 anos. Para mim, chegou a vez de aprender com a inesperada pandemia da COVID-19, nada agradável de se atravessar, mas que, realmente, nos ensina muitas coisas.

Hoje, eu me vejo passar por um tempo desafiador, não de todo lúcida, mas sempre assimilando alguma profunda verdade, que provavelmente não encontraríamos de outra forma. Estou vencendo etapas que não estavam no meu programa, mas que me trouxeram pedaços da grande sabedoria que só Deus pode nos dar, quando nos fixamos nos seus ensinamentos mais profundos.

Eu busco sustentação nas bases da filosofia oriental, que aprendi a amar e difundir aqui no Ocidente. Lições de profunda sabedoria milenar que nos trazem para o centro de nós mesmos, proporcionando o aprimoramento da nossa espiritualidade. A exemplo disso, a recente pandemia envolve toda a humanidade, sem que para ela estivéssemos preparados.

Esse vírus agressivo veio alertar a humanidade para que nos voltemos mais para aquilo que o universo nos pode dar e nos faz compreender melhor a vida em sua plenitude. Assim também como a antivida, ou seja, uma forma de viver sem razão de ser, sem consciência do propósito mais profundo de estar nesse planeta.

Uma das lições aprendidas na pandemia é a necessidade de se criar um novo modo de convivência, já que não podemos abraçar, nem mesmo nos aproximar das pessoas que amamos. Estamos recorrendo às forma virtuais para abastecer a ausência pessoal dos parentes e amigos, que se tornam presenças constantes na nossa comunicação.

Confesso que, graças à Internet, eu me sinto até mais integrada com todos apesar do distanciamento físico que nos foi imposto. Percebo que tem brotado sentimentos muito positivos nas manifestações que recebe dos amigos. As mensagens são sempre calorosas, cheias de empatia, de benevolência e abundantes em poesia. E, Assim, seguimos compartilhando afetos, vivendo e aprendendo também com a pandemia.

Para mim, é uma dádiva atravessar os tempos atuais acompanhando e usufruindo das novas forma de comunicação que me são apresentadas e que me conectam com o mundo, sem sair do espaço em que vivo.

Quando olho pelo retrovisor da minha vida como um todo, vejo um filme que protagonizei com dignidade e, até aqui, no alto dos meus 96 anos, eu me sinto vitoriosa e agradecida por participar de tantas cenas significativas e ter muitas histórias para contar.


2 comentários:

Anônimo disse...

Quantos de nós, ao longo da nossa vida, pudemos refletir sobre questões que tivemos a oportunidade de ler nos textos de Célia Laborne....
E refletindo, fazer mudanças em nossa vida!!!!
Por isso, sinta-se mesmo como quem cumpriu sua missão, do alto dos seu 96 anos!!!!!
Gratidão!!!!!

Anônimo disse...

Quanta sabedoria é possível perceber nas palavras dessa escritora!