domingo, 10 de junho de 2012

Rápido Encontro


O primeiro canto foi o toque de atenção; o segundo foi a harmonia atingida. Olhos videntes se abriram para um azul diáfano e metálico, tocado de leve pelo lilás. A sintonia conseguida abriu um ponto de luz.
Para uns foi apenas a vibração mais intensa, para outros a cor e a paz ou a nítida presença do fogo vivo que purifica e fortalece; a brasa que soprada vai tornar-se chama clara.
O mestre de longas vestes e mãos pacientemente cruzadas emanou seus dons e o espírito vivificou-se naquele amoroso trabalho. A luz vinda do alto achou passagem, a corrente de força definiu-se.
Vimos teu passo marcando o caminho e ensinando-nos a caminhar. Sua palavra soou mostrando a melhor forma de expressão, e sua vibração sobre o Lótus de mil pétalas, abreviou o lento despertar. Planos de luz foram pressentidos em teus olhos, como claridades de iniciação e a velha noite dissolveu-se.
Não vieste fazer por nós o caminho, mas jorrar luz para o primeiro passo e teu vulto pairou no ar, misto de convite e comando. – Serás o Mestre ou o Irmão? O Senhor ou o companheiro? Nada importa.
Tuas formas são várias e teu nome é múltiplo como estrelas em galáxias; difícil é decifrar-te, amar-te é facilíssimo. Sobre tua face vimos chamejar o fogo de tua irradiação e podia-se captar tua palavra-símbolo no instante do encontro. Sobre nossa face e nossas mãos ficou o toque suave de tua energia, sobre a cabeça o filtrar-se de tua força e uma brisa nos cabelos.
Na mente impregnou-se o anúncio do teu próximo regresso, e a velha memória adormecida fulgurou; não se soube com que recordação. O mundo interno reconhecera-te; cor, luz e som em dimensão maior.
Entre mil rostos poder-se-ia reconhecer o invulgar brilho do teu, entre mil palavras, identificar-se-iam as tuas. Agora, cada dia é novo sob essa invulgar revelação.
Só nos resta andar, pelo próprio passo, para tentar alcançar teu ritmo e penetrar o País do encontro permanente.

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