O primeiro canto foi o toque de atenção; o
segundo foi a harmonia atingida. Olhos videntes se abriram para um azul diáfano
e metálico, tocado de leve pelo lilás. A sintonia conseguida abriu um ponto de
luz.
Para uns foi apenas a vibração mais intensa,
para outros a cor e a paz ou a nítida presença do fogo vivo que purifica e
fortalece; a brasa que soprada vai tornar-se chama clara.
O mestre de longas vestes e mãos pacientemente
cruzadas emanou seus dons e o espírito vivificou-se naquele amoroso trabalho. A
luz vinda do alto achou passagem, a corrente de força definiu-se.
Vimos teu passo marcando o caminho e
ensinando-nos a caminhar. Sua palavra soou mostrando a melhor forma de
expressão, e sua vibração sobre o Lótus de mil pétalas, abreviou o lento
despertar. Planos de luz foram pressentidos em teus olhos, como claridades de
iniciação e a velha noite dissolveu-se.
Não vieste fazer por nós o caminho, mas jorrar
luz para o primeiro passo e teu vulto pairou no ar, misto de convite e comando.
– Serás o Mestre ou o Irmão? O Senhor ou o companheiro? Nada importa.
Tuas formas são várias e teu nome é múltiplo
como estrelas em galáxias; difícil é decifrar-te, amar-te é facilíssimo. Sobre
tua face vimos chamejar o fogo de tua irradiação e podia-se captar tua
palavra-símbolo no instante do encontro. Sobre nossa face e nossas mãos ficou o
toque suave de tua energia, sobre a cabeça o filtrar-se de tua força e uma
brisa nos cabelos.
Na mente impregnou-se o anúncio do teu próximo
regresso, e a velha memória adormecida fulgurou; não se soube com que
recordação. O mundo interno reconhecera-te; cor, luz e som em dimensão maior.
Entre mil rostos poder-se-ia reconhecer o
invulgar brilho do teu, entre mil palavras, identificar-se-iam as tuas. Agora,
cada dia é novo sob essa invulgar revelação.
Só nos resta andar, pelo
próprio passo, para tentar alcançar teu ritmo e penetrar o País do encontro
permanente.
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