Quase transcendental poderia ter sido
este encontro se sua marca maior não fosse, justamente, a simplicidade mais
pura diante de idéias, de conceitos, da própria descoberta.
Somos como crianças repentinamente
crescidas, assustadas e empolgadas ao mesmo tempo. Por isso, é para nós tão
fácil repartirmos fraternalmente estes convites às profundas experiências que,
por vezes, quase tocamos, de um céu que se instalou ao nosso alcance, quase tão
real, que faz de nossa desesperada e incessante busca um marco de referência,
um ponto comum de desafogo e amparo mútuo.
É fácil agora pintar teu retrato como
quem refaz a própria forma. Não as feições, os cabelos, o brilho dos olhos, mas
o inédito pulsar de aspirações, e a forma mais grave dos contornos dentro dos
quais nos construímos e estruturamos para evoluir como um só conjunto de
fundação armada em luz, apesar de todas as intranquilidades que cimentaram
nossas conquistas.
Junto ao pincel de plantas e corolas
tudo é possível de criação, de violento reconhecimento e expansão. A grande
fertilidade de nosso silêncio faz possíveis todas as sutilezas que compusemos
como versos para serem cantados em conjunto, harmonias capazes de captar um mundo
irrevelado aos que estão coroados de palavras, gestos e confissões.
A cada dia penetramos mais o nosso
segredo como escafandristas ainda temerosos das plenitudes que se esboçam a
cada novo contato.
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