quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Lembranças de Juscelino



Desde muito jovem já era “fã de carteirinha” de Juscelino Kubitscheck – prefeito, governador e presidente. Admirava seu dinamismo, sua visão de futuro e sua alegria. Depois admirei-o mais ainda quando prefeito, porque ele trouxe do Rio para Belo Horizonte o famoso artista Alberto da Veiga Guignard, que fundou a Escola Guignard, no Parque Municipal. 

         Hoje, relembrando o passado resolvi homenageá-lo mais uma vez; com grande saudade, pois estudante da Guignard cheguei a fazer uma exposição individual de pintura – no salão do Minas Tênis Clube, organizada por Palhano Júnior.

         Ainda tenho bons trabalhos desse tempo, porém não tive condição de expô-los na atual mostra realizada pelo Sindicato de Jornalistas de Minas Gerais, onde os colegas expuseram seus quadros, livros e outras artes. Já na Terceira Idade o transporte de quadros maiores tornou-se difícil.

         Mas vamos voltar a Juscelino Kubitscheck quando em 1955 tomou posse como Presidente. Nessa época iniciei também com minhas jovens poesias, uma delas, inteiramente dedicada ao grande presidente que foi JK.



1955 – POSSE DO PRESIDENTE JK



Tomou posse o Juscelino
a jornada foi bem dura,
mas cumpriu o seu destino
de seguir sempre pra altura.

Tem cuidado Juscelino,
prende o Jango na cintura
anda esperto e anda fino
pra não vir a Ditadura.

Tira o Lott, deixa o Lott,
bota o Lott no lugar,
que ele é meio chamalote
e é capaz de “se mudar”.

Deixa o Alves na Marinha,
espiando para o mar
pois a gente não advinha
quando as águas vão rolar.

O Brasil apenas nasce,
é pra todos céu aberto.
Juscelino tem classe
vai fazendo tudo certo.

O Alkmim na Fazenda?
Até que ele merece,
pois foi dura a contenda
pra que a posse viesse.

Juscelino solta a corda
bota o Brasil pra andar.
Manda embora essa horda
que só quer se aproveitar.

Um lugar pra seu Salgado
é prêmio que se vai dar:
um lugar elevado
pra um amigo exemplar.

Juscelino olha tudo,
mostra o que é governar.
Troca depressa em miúdo
o seu belo conversar.

O Seco fica também
que é o Ministro do Ar,
e a militar nos convém
é ir deixando ficar.

Juscelino puxa a corda
desse bloco tão nojento,
desses bichos de engorda
que enchem o Parlamento.

Para o Dorneles a pasta
não vai até muito mal
já que ao PTB não basta
a pasta do Parsifal.

Juscelino a terra é boa
como nos grandes impérios,
a maré é que amontoa
esse bando de gaudérios.

Na pasta lá da Saúde
vai o Medeiros ficar,
que Deus o conserve e ajude
e deixa o futuro falar.

Juscelino vai direito
bota o Brasil a crescer
que tu tens muito peito
e tudo pode acontecer.

O Brasil todo confia,
Juscelino dá um jeito,
na nossa economia e
“nas vagas” do Prefeito.

Juscelino risca largo
anda logo, não atrasa,
deixa a lagosta e o aspargo
pela comida da casa.

Juscelino te espalha,
pois tu sabes governar.
Tapa a boca da gralha
e faz o Brasil trabalhar.

Juscelino toca fogo,
põe a máquina a andar
que nosso País não é jogo
mas só vive de azar.

Juscelino fica ativo
vai cantando o Peixe-Vivo,
vai cantando e trabalhando
olha o Jango, pega o Jango
faz o Jango se acalmar.
Para o Brasil te aclamar.



*Jango – João Goulart

* Lott – Marechal Henrique Lott

* Alves – Almirante Alves Câmara

* Alkmim – José Maria Alkmim

* Salgado – Doutor Clóvis Salgado

* Seco – Brigadeiro Vasco Seco

* Dorneles – General Ernesto Dorneles

* Medeiros – Professor Maurício de Medeiros
* Parcifal – Parcifal Barroso

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