segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Aprenda a Ouvir

Aceita em paz, e de coração alegre, a companhia que te fazem, tanto aqueles que são maiores do que tu e sabem mais, e veem mais longe, como aqueles que, sendo menores e mais limitados, por isso mesmo se julgam os mais perfeitos e aptos a te ensinarem.
       Recebe a todos de coração aberto, pois a cada instante pode brotar de qualquer lábio o pedaço da Verdade que te faltava, ou que buscavas no momento. No borborinho do tagarelar alheio pode vir uma mensagem para ti, ou podes deixar ali tua mensagem.
       A Vida usa teus amigos, teus irmãos e até aqueles com os quais não te sintonizas, para ti falar e ti ensinar. Aprende, pois, a ouvir.
       Ouve sempre com paciência, sem agressividade, sem ondas mentais de espanto ou luta e competição. Deixa que as palavras cheguem e partam, retirando delas apenas o que te caiu no coração, não no intelecto. Ouve sem recriminar, sem disputar, sem competir ou impor teu pensamento. Tens o teu sinal interior e nada pode te abalar.
       Ama igualmente a compreensão e a incompreensão dos companheiros, são apenas passos mais leves ou mais lentos que escutas ao teu lado. Faz sair da tua boca só  aquilo que embeleza ou engrandece o mundo, o que alegra o irmão, o que expressa corretamente a percepção mais clara da verdade e deixa que a Vida faça o resto por ti.
       Ficarás surpreso como o esplendor que nascerá em teu caminho, quando tu o fizeres limpo, puro e luminoso.
       Usa sempre a beleza de cada momento em favor de alguém. A palavra que conforta, o pensamento que eleva, o gesto que perdoa. Entrega a todos o botão entreaberto que se vai revelar em perfume.
       Não é preciso, nem deve haver um programa para melhorar tua vida; vai espalhando a paz e o carinho conforme a necessidade que encontrares. Não é necessário ser uma enciclopédia ou professor graduado, não é preciso rótulos ou definições. Sê apenas a flor que precede o fruto,  a semente que contem a árvore, a água que refresca e passa.
       Se não te é dado brilhar como o sol, sê um raio da lua, se não é tua a sinfonia universal, sê a nota de harmonia, a vibração do amor.

       Não deixes passar em vão o tempo da beleza, o momento da entrega, a hora da comunhão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo texto!