O
homem está esquecido de suas antenas sutis, com as quais podia sintonizar o Universo
e suas forças mais puras, podia conhecer sua origem, harmonizar-se com as Leis
naturais que o regem e usufruir da Paz e liberdade constante.
O homem regrediu no seu perceber interno
e na sua fonte de reabastecimento mais ampla e correta, até perder de vista sua
semente de Luz. Sacrificou sua percepção divina para aumentar sua capacidade
intelectual e aprofundar-se nas Leis físicas. Parcializou, assim, seu
desenvolvimento. Adormeceu o espírito para construir, na matéria, e chegou ao
ponto de confundir-se com seu material denso de experiências. Identificou-se
com sua carne e sangue, sua mente e sensibilidade.
Cumpriu sua missão no progresso material
e agora, espantado de não ser o bastante, volta-se para dentro de si mesmo; por
onde devia ter começado. Na configuração universal o homem encontrou-se vazio
no meio de sua técnica, suas máquinas, seu progresso intelectual.
A humanidade sente, mais aguda do que
nunca, a nostalgia de suas origens, a saudade da casa, do lar, do regresso. Tão
grande se fez seu desespero que o homem se mata, se droga, se degrada e se
atordoa em barulhos infernais, em prazeres fúteis, em alegrias efêmeras.
E a Lei que tudo compensa paga-lhe os
danos que causa a si e aos outros, com aguda insatisfação, com insuportável
sofrimento, até que a harmonia se restabeleça, até que seja rejeitada a escória
que sua mente ou seus atos criaram.
Entre dor e sofrimento a maioria vai
percebendo que é preciso evoluir, sacrificar-se, descondicionar-se dos caminhos
alheios e corrigir os próprios passos. Cada emanação da Vida representa uma
forma diferente de realização, mostra uma forma nova de ampliar a Vida una,
traz uma lição diversa.
“Vós conhecereis a Verdade e a Verdade
vos libertará”, disse o Mestre, pois fora da Verdade não pode haver real
libertação e dentro dela nunca houve limites, normas, preconceitos de qualquer
espécie.
É preciso coragem e decisão para
estabelecer, em si mesmo, uma estrutura nova. Não se pode chegar à Paz interna
sem a guerra com os valores externos que se querem impor e que podem trazer o
brilho da sedução fácil.
É preciso paciência e quietude interna
para se tornar impessoal e universal segundo os planos do Amor maior.
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