O povo diz, com a sabedoria que só o
povo tem: “não há bem que sempre dure, nem há mal que sempre ature”.
Para vivermos melhor, precisamos aprender a olhar a vida como alguma coisa
sempre em movimento, sempre passageira e cheia de fatos novos que muitas vezes
transcendem o nosso controle. É preciso compreender que tudo tem uma razão de
ser, razão esta que, nem sempre fica, de imediato, muito clara e confortável
para nós.
Todos passamos, na vida, por dias de euforia e paz e dias de problemas e dor.
Uns e outros são testes para crescermos e para nos conhecermos melhor; para
sabermos como nos comportamos diante deste ou daquele fato.
Se nossa mente estiver sempre consciente de que somos como um rio, que corre e
passa por trechos diferentes em seu caminho para o grande mar, muito sofrimento
seria poupado e poderíamos ser mais calmos e mais tranquilos, mais confiante no
amanhã. Nós daríamos menores dimensões aos aparentemente grandes sucessos ou
grandes problemas.
Saberíamos que sempre há um novo dia, uma nova experiência – que nós julgamos
boa ou má – para nosso aprendizado e não para nosso prazer ou nosso desespero.
A Bíblia diz: há tempo para rir e tempo para chorar. Os tempos e os testes se
renovam como as estações; depois do inverno a primavera florida, depois do dia
de chuva a manhã de sol, tudo necessário ao ritmo universal.
A vida é um todo com uma direção que não é nossa propriamente, pois, por vezes,
os fatos mudam os rumos aparentemente já estabelecidos. É sempre um renovar, um
crescer na experiência que se inicia.
Precisamos sempre fazer o melhor que pudermos, esperar o melhor, confiar no
melhor, porque, do ponto de vista cósmico, é sempre a melhor ou a mais
necessária experiência que se apresenta como um fato novo em nossas vidas. A
expansão da consciência é, geralmente, um parto cheio de dores e de alegrias, é
uma nova vida que desponta e, confiar nas mudanças com a mente alegre ou em
paz, é prova de sabedoria.
A nossa vida, que corre como um rio tem por meta o mar da criatividade e do
amor de Deus; o mar da bem-aventurança de que falam as religiões. Aí só
chegamos pelo rolar, ora manso, ora revolto, do leito por onde passamos e pela
energia magnética das grandes cachoeiras.
Viver é sempre transformar-se e harmonizar-se com as mudanças.
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