quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Sempre há um novo dia

O povo diz, com a sabedoria que só o povo tem: “não há bem que sempre dure, nem há mal que sempre ature”.
        Para vivermos melhor, precisamos aprender a olhar a vida como alguma coisa sempre em movimento, sempre passageira e cheia de fatos novos que muitas vezes transcendem o nosso controle. É preciso compreender que tudo tem uma razão de ser, razão esta que, nem sempre fica, de imediato, muito clara e confortável para nós.
        Todos passamos, na vida, por dias de euforia e paz e dias de problemas e dor. Uns e outros são testes para crescermos e para nos conhecermos melhor; para sabermos como nos comportamos diante deste ou daquele fato.
        Se nossa mente estiver sempre consciente de que somos como um rio, que corre e passa por trechos diferentes em seu caminho para o grande mar, muito sofrimento seria poupado e poderíamos ser mais calmos e mais tranquilos, mais confiante no amanhã. Nós daríamos menores dimensões aos aparentemente grandes sucessos ou grandes problemas.
        Saberíamos que sempre há um novo dia, uma nova experiência – que nós julgamos boa ou má – para nosso aprendizado e não para nosso prazer ou nosso desespero. A Bíblia diz: há tempo para rir e tempo para chorar. Os tempos e os testes se renovam como as estações; depois do inverno a primavera florida, depois do dia de chuva a manhã de sol, tudo necessário ao ritmo universal.
        A vida é um todo com uma direção que não é nossa propriamente, pois, por vezes, os fatos mudam os rumos aparentemente já estabelecidos. É sempre um renovar, um crescer na experiência que se inicia.
        Precisamos sempre fazer o melhor que pudermos, esperar o melhor, confiar no melhor, porque, do ponto de vista cósmico, é sempre a melhor ou a mais necessária experiência que se apresenta como um fato novo em nossas vidas. A expansão da consciência é, geralmente, um parto cheio de dores e de alegrias, é uma nova vida que desponta e, confiar nas mudanças com a mente alegre ou em paz, é prova de sabedoria.
        A nossa vida, que corre como um rio tem por meta o mar da criatividade e do amor de Deus; o mar da bem-aventurança de que falam as religiões. Aí só chegamos pelo rolar, ora manso, ora revolto, do leito por onde passamos e pela energia magnética das grandes cachoeiras.

        Viver é sempre transformar-se e harmonizar-se com as mudanças.

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