quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A Paciência e o Silêncio

Duas fontes de grande poder para a saúde e a paz têm sido pouco usadas no mundo ocidental. Parece que elas contrariam o ritmo produtivo e ativo que adotamos quando, na verdade, é através delas que seríamos mais integralmente capazes de trabalho e ação.
São elas a paciência e o silêncio. Paciência na maneira de ser, de andar, de ouvir os outros, de agir; e silêncio interno para palavras oportunas.
A correria em que vive a humanidade moderna seja no trabalho, no lar e até no lazer, acaba roubando-lhe preciosas energias. Vai tirando a paz e a harmonia de cada um e com ela vai-se a alegria que é o estado natural do ser interior.
Tudo que se faz apressadamente, não rende mais, fica apenas imperfeito, insatisfatório ou complementado, roubando mais tempo ainda.
Precisamos rever até nosso ritmo no andar, para que seja harmonioso e para que sintamos, através dele, o momento presente; a vida em nós e ao nosso redor. No andar, devemos sentir o ondular do corpo, o movimento dos braços, a respiração, pois tudo isso é vida que nos transmite força, se for sentida e conscientizada.
Andar querendo resolver problemas é envolver os passos no próprio problema e muitas vezes, tropeçar nele e cair. A mente aflita dá insegurança aos movimentos, não resolve o problema e pode agravá-lo.
Da mesma forma, cada palavra exige o dispêndio de certa energia. Mas o silêncio, ao contrário, acumula nossa força, para a palavra correta na hora oportuna. Falar pouco permite ouvir melhor e acertar mais.
A grande tagarelice é não só desgastante, como irritante para quem a usa ou para quem a ouve. A própria tagarelice já é um extravasamento de uma mente em desordem ou em desarmonia. Falar o tempo todo, repetir coisas nossas, para todos que se aproximam, é pura perda de energia e de tempo. É também perda do poder de concentração e de harmonização que são os estados naturais do ser interior.
Precisamos saber que o mover-se é dom muito precioso para que seja automático; quando alguém perde a capacidade de um movimento é que melhor comprova isso. O falar é muito criativo para que seja usado e abusado, sem um sentido útil. Vamos dar conta de cada uma de nossas palavras diz a Bíblia..., quanto mais palavras, mais prestação de contas.

Sem autodisciplina no que se faz e no que se fala, dificilmente chegaremos à paz interna, à descoberta da luz onipresente que faz do corpo físico um tabernáculo do espírito.

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