Estamos ligados a dois mundos: interior e exterior, matéria e espírito, inferior e superior, luz e sombra, etc., conforme queiramos chama-los. São duas modalidades de vida, uma na superfície, instável, mutável, intranquila, outra em profundidade firme, forte, serena, luminosa.
Na periferia do mundo vivemos sempre divididos, ansiosos, ambiciosos, insatisfeitos, gozando prazeres e sofrendo dores sucessivamente. Só no interior está a possibilidade do primeiro contato com o Criador, com a Fonte, com Deus. Só ligados a esse algo maior do que nós mesmos desfrutamos da seiva viva que nos dá plenitude.
Os tempos nos mostram que esse autoconhecimento humano está chegando rapidamente para muitos; não só para um punhado de santos ou escolhidos, mas para todos que buscam, que se esforçam, que pedem. Seja através da devoção, da ciência pura, da filosofia ou do estudo da natureza da mente e sua atividade. O reino está dentro de cada um. Físicos, psicólogos, médicos avançados, pesquisadores do espírito estão todos dizendo e experimentando vivências semelhantes.
Quem fica na superfície e se contenta com o mundo exterior, desordenado e invertido em seus valores básicos, sentirá sempre um vazio, uma angústia, uma dificuldade de relacionamento, uma doença que ora se manifesta numa parte do corpo ora em outra, ora num acidente, ora num acidente, ora num desastre financeiro. Quando não há paz interna e trabalho para o autoconhecimento, dificilmente há possibilidade de uma vida sem carências e sem intenso sofrimento.
Sem caminhar consciente e decididamente rumo à luz maior, rumo ao Pai Universal, sua energia e sua vontade, o homem é sempre um ser incompleto, medroso e insatisfeito em várias fases de sua vida terrena.
Mas essa união do homem com Deus só vem quando é muito procurada e desejada, quando caminhamos para Ele querendo conhecê-lo e experimentá-lo em união conosco; e não quando vamos a Ele querendo coisas ou soluções para nossa vida de superfície. Só depois da experiência, do encontro verdadeiro com a Fonte da Vida uma é que o homem pode sentir-se ligado a Deus em todos os seus trabalhos externos. É essa a finalidade de toda religião ou culto, religar o homem ao Criador, fazê-lo renascer pelo espírito.
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