segunda-feira, 7 de maio de 2007

CANTO DA VIDA

Quando o canto da vida interpenetra o corpo humano, perceptivelmente, transforma-o num campo de energia comandada, onde o caudaloso rio da espinha dorsal inunda de seiva nova as regiões até então, áridas, de suas margens. A vibração marca a passagem do eterno pelo humano.
Quando esse canto estremece, pela primeira vez, o ser humano – como a luz sobre o botão do lótus – ele começa a perceber como são irreais a formas densas que o envolvem e mantém preso em infindáveis cadeias. Só aí se pode apoiar de novo na verdadeira estrutura começando-se se identificar com o grandioso caminho da ascensão consciente.
Quando o canto da vida transforma o homem para que ele possa sintonizar o plano cósmico, as ondas de luz o lançam num mundo inconcebível, pela mente comum, cujas dimensões, cores e sentido ilimitado não são traduzíveis em palavras.
É difícil falar do canto da vida a quem nunca o ouviu, ou pressentiu. A grande barreira do homem é a ignorância em que ele vem mergulhado, há séculos, a ponto de esquecer sua real origem, e de conceber suas potencialidades.
Nada pode ser comparado à realidade do lótus que se abre, do selo que se rompe, para o despertar do espírito. A humanidade está amadurecida o suficiente para principiar a compreender e viver essa linguagem nova que, no passado, esteve vinculada a grupos secretos e restritos. Atualmente, qualquer esforço sinistro e persistente leva-nos às portas da percepção, na medida do alcance espiritual de cada um.
Quando o canto da vida vibra sua mágica nota sobre o despertar humano, o homem começa a duvidar de sua aparente limitação material, para identificar-se com o vento e o mar, o sol e as estrelas. E o tempo é próprio para que a vida cante em nós. - Você não percebe que o botão quer abrir?
É tempo de encontro, e o encontro é de amor. Os passos são leves e leve é o contato. E no dia, sem hora, o silêncio se implante. Só muito ao longe soam sinos ou hinos: o som imanente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabens pelo Canto da Vida.
Hugo.