quarta-feira, 16 de julho de 2008

Hélio Pellegrino - O Poeta

1947 - A juventude está fervilhando em BH. Acaba de ser inaugurada a Escola Guignard, início de grandes valores artísticos. A literatura também começa a fervilhar e artistas das letras e das cores se juntam e se entendem.

Na literatura surge a publicação dos então iniciantes: Otávio M.Alvarenga, Hélio Pellegrino, Autram Dourado, Etiêne Filho que com outros fundaram o livrinho "Edifício".

Muitos sairam de Minas enquanto aqui, também Fernando Sabino nos dizia que, "Os grilos não cantam mais". Hoje, alguns são estátuas nas praças, outros escritores ou redatores.

Hélio Pellegrino muito conhecido escritor e psiquiatra foi colega de meu irmão Angelo Laborne, oftalmologista que estudava com Hélio, a pedido de sua mãe, que via Hélio muito rodeado de literatos.

Foi com Angelo que encontrei uma preciosidade do também poeta Hélio - creio que muitos não conheceram essa bela veia do psiquiatra. O livreto "Edifício" publica de Pellegrino dois poemas: "Poema do Príncipe Exilado" e "Deixe que eu te ame".
Ficamos tentada a publicar o primeiro trecho do longo e belo poema:

Ah! Deixe que eu te ame! Fase
De tua profissão a fé deseperada...
Ilumina a incursão de meus dedos calmos
Através teu corpo infinito... Deixa que eu te ame!

Nunca esse amar assim foi meu desejo. Entanto,
O céu corre para o céu e as sombras convergem
Num ponto exasperado onde ardem candelabros...
Deixa-me ficar, como esquecido do próprio nome.

Cego, a recompor os jogos que a infância indestinou...
O verde chama o verde. A esperança de ti salta
Como a correria de crianças num páteo de colégio...
Atraz dos vidros, porém, está o tédio espreitando.

E - ai de mim! - nem mesmo a poeira cobre o meu rosto,
Pobre e lívido, entre relampagos que paralizam o tempo
Desesperado aguardo - deixa, deixa que eu te ame!

Planta teu grito longe, bem longe, onde os limites se curvam,
Diz uma palavra fica ao léu das invernadas que flutuam,
Vendo o tempo esgotar sua provisão de cores
E leve se deitar, para aguardar seu sono....

(o poema continua)

Para saber mais sobre Hélio Pellegrino, acesse o site: http://www.releituras.com/helpellegri_mensag.asp

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