O plano espiritual é como um lago cristalino que, mesmo quando o encontramos, ficamos muito tempo admirando sua beleza, contando aos outros sobre sua existência, sem ainda tomarmos da sua água e sem coragem para mergulharmos profundamente nele.
Somos também um pouco samaritanos que, encontrando Cristo, saímos correndo proclamando sua presença e seus dons, sem nos aquietarmos junto Dele, para permitir que Ele nos dê de sua água viva. Falar sobre a vida espiritual, não é difícil, basta um pouco de leitura e estudo, mas viver essa vida, já é um trabalho de transformação a ser feito diariamente, que nada tem de fácil e que nunca termina.
O desprendimento, a entrega, a fé em todas as circunstâncias, é trabalho árduo que se desdobra na vida cotidiana com a qual ainda não sabemos lidar com sabedoria e acerto.
O contato com a luz é diferente de simples proclamação da luz. Todos nós sofremos o encantamento daqueles que se iluminaram, quando lemos sobre suas vidas e ensinamentos. Porém poucos, pouquíssimos, conseguem ir além desse encantamento e mergulhar fundo na realização.
Deus é luz e Nele não há treva alguma. Mas como é difícil permanecer sempre nessa luz, para nós, que estamos habituados com as sombras de nossas ilusões pessoais e personalistas.
A luz da alma é o esplendor que nos ofusca e nos enche de responsabilidades (e nós preferimos sempre estar desligados, caprichosos, agressivos e cheios de vontades humanas e densas).
É no coração que se acende a luz que brilha nas trevas e que as trevas não podem compreender. O coração é a ponte de ligação com o universo todo. E a purificação do coração - para que brilhe a luz - se faz pela dissolução do egoísmo e da incompreensão e pela disposição de trabalhar e servir.
As pessoas se dividem, não apenas por peculiaridades físicas, sociais e profissionais, mas sobretudo, pela focalização de suas consciências em níveis superiores, médios ou inferiores, da luz que está em todos.
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