Perdida entre a multidão, como flor do campo, semi aberta, vinda ao mundo para procurar, descubro-me. Transpondo a ponte desdobro-me para contar a todos a transformação.
Vinda da nebulosidade, da luta e do cansaço, percebo que é claro o despertar. Vinda da noite sem estrelas, toco o clarão da luz da madrugada e sei que ela não tarda. O chão está prateado e a paisagem é da imponderabilidade, de leveza, de susto pelo inesperado do esplendor.
Cedo a terra nos germina e, em nós, nada se salva senão a luz que emerge do grande abismo para o grande horizonte. Nada é permanente senão o contínuo despertar, o acordar-se a cada portal e maravilhar-se para continuar o aperfeiçoamento.
Perdida como flor do medo e da luta, descobre-se um dia a identificação com o infinito e começa então a transformação. Caem os obstáculos, os apegos, o efêmero, os gostos do tempo. Na grande solidão que marca o real conhecimento dos valores, são mudados os alicerces, renovadas as expressões e as metas.
Já quase sem palavras chega-se à aurora; já sem forma de comunicação procura-se trazer as últimas mensagens como a tentar traduzir o indescritível. Há tempo de falar e tempo de calar. Nosso silêncio começa a se infiltrar e, dentro dele, vamos ser amigos na distância e no reencontro, no alvorecer.
Há tempo de chegar e de se despedir. Nosso tempo de permanência vai-se esgotando, poucas são as palavras ainda adormecidas, marcando as horas da libertação. No amanhecer percebe-se outra aurora.
Agora expande-se um glorioso canto, como mares que se juntam e ventos que se irmanam. Há um espontâneo rejubilar da natureza inteira. Já não se pode reprimir ou ignorar essas belezas, tanto elas crescem e se desdobram, vindas da paz interna. É como a maré que avança, ou o eclodir da primavera. É tão alto o canto da vida e a magnífica presença é tão forte que tudo transforma.
Internas fronteiras ensaiam um hino que ecoa no infinito. Violento crescer de planta em terra fertilíssima onde germina. A luz mostra-nos o transcender de limites da forma e da fala. O som transmite a onipresença do Verbo criador. É o canal por onde jorra a luz que também se ilumina e agradece o contato. Momentaneamente um rastro de alvorada se instala e a mente para em intraduzível beleza.
Sem dúvida, emocionou-nos muito o belo artigo que o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna escreveu, dia 19 de Setembro, no jornal O Estado de Minas. Sentimos que ele chegou ou tem chegado muito próximo de um dos portais de outras dimensões que de diversas maneiras outros, hoje, já estão buscando também.
São portais que já não podemos negar e que muitos buscam alcançar das formas diversas: religiosas, místicas, científicas, psicológicas, para-normais, etc.
Muitos já creem que a luz cósmica que nos dá vida está dentro de nós e não fora. Mas atingí-la é um dom ou graça que nem todos conseguem alcançar.
Acho que você chegou junto ao etérico, onde a luz crística a todos nos deslumbra; pulso e coração disparados, a energia superior aproximando-se; é o caminho meu amigo e colega do tempo em que também militávamos em jornais, eu já nessa busca que não é fácil atingir. Parabéns caro Affonso!
Cedo a terra nos germina e, em nós, nada se salva senão a luz que emerge do grande abismo para o grande horizonte. Nada é permanente senão o contínuo despertar, o acordar-se a cada portal e maravilhar-se para continuar o aperfeiçoamento.
Perdida como flor do medo e da luta, descobre-se um dia a identificação com o infinito e começa então a transformação. Caem os obstáculos, os apegos, o efêmero, os gostos do tempo. Na grande solidão que marca o real conhecimento dos valores, são mudados os alicerces, renovadas as expressões e as metas.
Já quase sem palavras chega-se à aurora; já sem forma de comunicação procura-se trazer as últimas mensagens como a tentar traduzir o indescritível. Há tempo de falar e tempo de calar. Nosso silêncio começa a se infiltrar e, dentro dele, vamos ser amigos na distância e no reencontro, no alvorecer.
Há tempo de chegar e de se despedir. Nosso tempo de permanência vai-se esgotando, poucas são as palavras ainda adormecidas, marcando as horas da libertação. No amanhecer percebe-se outra aurora.
Agora expande-se um glorioso canto, como mares que se juntam e ventos que se irmanam. Há um espontâneo rejubilar da natureza inteira. Já não se pode reprimir ou ignorar essas belezas, tanto elas crescem e se desdobram, vindas da paz interna. É como a maré que avança, ou o eclodir da primavera. É tão alto o canto da vida e a magnífica presença é tão forte que tudo transforma.
Internas fronteiras ensaiam um hino que ecoa no infinito. Violento crescer de planta em terra fertilíssima onde germina. A luz mostra-nos o transcender de limites da forma e da fala. O som transmite a onipresença do Verbo criador. É o canal por onde jorra a luz que também se ilumina e agradece o contato. Momentaneamente um rastro de alvorada se instala e a mente para em intraduzível beleza.
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Uma Epifania
Sem dúvida, emocionou-nos muito o belo artigo que o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna escreveu, dia 19 de Setembro, no jornal O Estado de Minas. Sentimos que ele chegou ou tem chegado muito próximo de um dos portais de outras dimensões que de diversas maneiras outros, hoje, já estão buscando também.
São portais que já não podemos negar e que muitos buscam alcançar das formas diversas: religiosas, místicas, científicas, psicológicas, para-normais, etc.
Muitos já creem que a luz cósmica que nos dá vida está dentro de nós e não fora. Mas atingí-la é um dom ou graça que nem todos conseguem alcançar.
Acho que você chegou junto ao etérico, onde a luz crística a todos nos deslumbra; pulso e coração disparados, a energia superior aproximando-se; é o caminho meu amigo e colega do tempo em que também militávamos em jornais, eu já nessa busca que não é fácil atingir. Parabéns caro Affonso!