-
De que antiguidade brota esse som, essa aura, essa suave imagem?
-
De que tempo vem esse encontro e essa mensagem que aos poucos chega? É como se
através de idades perdidas a alma se reencontrasse, se integrasse maravilhada e
rejuvenescida. Pois a intensidade da luz
que se expande tem o brilho da eternidade, a marca do despertar.
-
Em que profundo desdobrar o coração tocou essa força imanente do dinamismo da
radiosa presença interna? Desse irradiar de estrelas? Como flores novas, brotam
incontidas e suaves palavras de antigo e festivo amanhecer. É nesse clima que
se abre vibrante a sensibilidade para o puro canto, ou o reconhecer diáfano.
Mora
hoje, na saudade um distante iluminar; são sucessivas ondas onde o Mestre ou
Irmão tece liames de beleza indecifráveis. Branquíssimo é o Lótus sobre a
cúpula do tempo; imaculado é o afeto desse aprendizado divino que se renova a
cada hora. É paz no coração esse místico recordar. A luz se infiltra em
transparências e reflexos. E mesmo o reconstruir, sobre ruínas, torna-se
possível, nesse clima novo.
A
atração do infinito é irresistível mas a senda é estreita no contato sutil com
a matéria; e não há outra porta. A mente intui os planos da harmonia viva,
porém não sabe expressá-los em palavras.
Chamo
então a luz interna, e a imaterial presença e peço: canta-me teu hino, teu
poema de retorno, para que não pense que essa aurora clara seja ilusão da
mente. Permanece um instante ainda enquanto o vento modula um mantra de força e
pureza. Repete-me, mil vezes, as cenas da beleza profunda que vêm suavemente
acordar-me de antigo sonho.
Chama
meu nome novamente, possantemente, com essa vibração de comando que me faz
flutuar entre estrelas fulgurantes. Chama-me com tua voz de presente e de
passado, acorda-me com essa benção que apenas pressinto, para que o coração
possa abrir-se tranquilo às ondas do amor infinito, e saiba irradiá-las ao
mundo. Ensina-me a captar corretamente o sentido da mensagem que aflora
imanente de todos os lados, numa orientação dinâmica.
Cria,
ainda que uma só vez, essa emanação etérea para que possa aprender a sintonia
de teu chegar e de teu partir, enquanto o Lótus se entre-abre e a alma canta.
Como astro de luz fala-me de tua órbita onde gravito em permanente e sofrida
busca, até que se estabeleça a energia crística, do grande alvorecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário