Silencia, por um
instante, essa voz que apenas recrimina, pede e indaga, enquanto a vida canta e se esforça por te
ensinar o seu canto. Fecha teus ouvidos às máquinas e aos conceitos do mundo e
do tempo; eles estão cheios de sons e imagens de sonhos materiais e
desarmônicos. E, só no silêncio pleno, podes ouvir o cósmico poema sideral, a
música das esferas, a grande mensagem que te é passada a cada dia e que deixas
perdida no éter.
A grande vida está
aí, cheia de revelações; está aí a paz que transcende toda racionalização, a
realidade que transpõe teu finito intelecto, tua humana necessidade de te
afirmares, para mostrar-te que és uma parte luminosa do Todo Universal. Se
emites sombras, como poderá ser claro o teu mundo?
Entretanto, está aí
a fonte que jorra a água eterna, a faixa de luz do espírito que já se
reconheceu como espírito, e espalha sua claridade, generosamente, por todos os
quadrantes. Ensina à tua mão o gesto de benção (há quanto tempo não abençoas?).
Cria para ti a amplitude da dança, desenhando, no espaço, o ritmo das correntes
vivas de onde emanam o poder e a beleza que, um dia, a matéria aprisionou e
racionalizou.
Limpa tua mente e
aquieta-te para que o silêncio comece em ti a liberação verdadeira.
Guarda o protesto, a
ironia, o julgamento apressado e sem fundamento e contempla a luz que é dada,
gratuitamente, para que teu caminho seja amenizado. E, se algum espinho te
ferir, aí também estará o aprendizado indispensável à realização, toma-o como
lição.
Os guardiões atentos
estão nos reinos e sub-reinos de tua conquista, nos portais ainda não
explorados por ti. Não dorme mais que o tempo é curto e pássaros de fogo
anunciam a madrugada. Não permanece ausente ou omisso, toca a Terra
reverenciando o Criador.
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