O homem
contemporâneo não sabe falar de Deus porque não sabe senti-lo e nem como
aproximar-se dele, diz George Waxemberge.
Realmente é assim, se o homem não
busca uma forma pessoal ou em grupo de, literalmente, sentir a presença de Deus
– Deus nele e ele em Deus – dificilmente viverá o plano divino de sua alma,
pois vai começar a duvidar de sua existência e a cair no vazio da dúvida e na
fraqueza espiritual.
A
humanidade chegou a um ponto de sua evolução que não quer apenas ouvir falar de
Deus, mas quer sentir sua presença e sua ação, sua emanação de luz e seu poder
de transformação. E para isto tem que chegar-se a Ele, senti-lo, vivencia-lo na
medida de sua possibilidade e profundidade espiritual.
O
homem se transforma quando esta transformação vem do mais íntimo do seu ser,
quando ele não apenas quer elevar-se, expandir sua consciência, mas, sobretudo,
quando trabalha intensamente para isto. E este trabalho, nunca é algo de
grandioso ou fora do comum, mas é sempre a possibilidade de viver o dia a dia
de forma cada vez mais harmoniosa e fraternal. É a condição de saber conviver
bondosa e alegremente com aqueles que nos são, ou que estão mais próximos.
Cada
dia nos é dada uma nova chance de aperfeiçoamento, de reconciliação, de
harmonização com todos que nos cercam. Roupas, distintivos, alimentação,
cursos, grupos, analistas, etc., por si só, de nada valem se não houver aquela
querência íntima e profunda de transformação; para que se faça a vontade de
Deus e não a nossa.
Se
o homem tem uma alma ele deve sentí-la e conhecê-la, diz Swami Vivekananda, do
contrário passará a duvidar dela. E ela, como a semente, só se manifesta quando
o terreno e o “clima” são propícios.
Esta
interiorização, este autoconhecimento e autotransformação - salvo raros casos –
são gradativos e cheios de conquistas pequenas que não podem ser abandonadas,
se queremos, realmente, chegar a um resultado positivo.
Alguns
oram e meditam em Deus, em Cristo ou na Mãe Divina, outros apenas indagam: -
Quem sou eu, repetidas vezes; uns procuram esvaziar a mente, reduzir os
pensamentos até que a presença divina se manifeste; outros apenas esquecem-se
de si mesmos, no trabalho e serviço ao próximo, na paciência e dedicação às
crianças, aos velhos e aos doentes.
Entretanto,
lamentavelmente, a grande maioria nada faz de real e constante para encontrar
Deus ou a própria alma, para reconhecer a onipresença, para perceber seu ponto
de contato real com Deus. E então, vendo, crendo e agindo apenas no mundo
material, desligado da seiva do espírito o homem permanece nas trevas exteriores,
no medo, na angústia, na revolta ou na agressividade inadequada.
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