segunda-feira, 9 de julho de 2018

Sem Segredos


Ontem, choveu estrelas em nossa noite clara e fomos retirados do tempo, para um instante de participação na festa universal.
Ontem, era data de encontro e não havia segredo para ninguém; pelo contrário, os portões estavam abertos e o caminho sem barreiras. Porque havia silêncio e o clima era tranquilo, as vibrações tocaram mais de perto as cordas sensíveis e o som da criação formou a primeira escala; assim, como se a música fosse o início da vida. Todos os que tinham o ouvido apurado o perceberam.
Agora, os livros estão abertos ao mundo, as comunicações estão ao alcance de quase todos e basta focalizar, por um momento, o grande silêncio, para que as luzes se manifestem na tela interior e acordem o hóspede que desceu à terra.
As horas estão fugindo, rapidamente, assinaladas por deveres inadiáveis e os caminhantes da paz estão fechando o cerco. Quem puder, defina-se.
Ontem choveu luz em nossa noite e as estrelas foram compartilhadas com os companheiros que se sentaram no mesmo solo amarelo da preparação.
Já temos revelado que, no momento, compete-nos dar testemunho da existência da luz e do convite geral que, sutil, mas em fase crescente, se espelha pelo mundo. Por isso contamos sobre essa noite iluminada, onde as mãos foram dadas e velas se acenderam no templo com um brilho novo; prepara tuas mãos...
De repente, no meio das claridades, vê-se como são curtas as palavras e imperfeita nossa tentativa de colocar vivências ao alcance de cada porta.
A madrugada ronda o mundo e, o silêncio prenuncia a chegada, a presença, o encontro.

(Do livro O QUINTO LÓTUS, páginas 69 e 70 – Célia Laborne)

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