domingo, 26 de agosto de 2018

O som que nos revela


Todo som é vibração e toda vibração nos atinge no corpo e na alma. É um mistério a ser desvendado. A fala humana é um poderoso meio de comunicação que tem sido usado, nem sempre adequadamente. Deveríamos produz sempre vibrações de harmonia, de coragem, de corrente positiva. A fala humana é o termômetro de nosso estado interior. O equilíbrio, o dinamismo, a concentração, o medo, a tristeza e o desânimo são passados, através de nossa fala, para aqueles que nos ouvem.

Um mestre de yoga diz que jamais se viu um verdadeiro yogue fanhoso, rouco etc. Pelo contrário, ele tem a voz clara, harmoniosa, aveludada; nunca grita ou tenta suplantar a voz do interlocutor.

Observando o nosso modo de falar, ou daqueles que nos rodeiam, apreendemos o estado interior de cada um; percebemos o tipo de energia que circula nas pessoas.

Simplesmente observando a voz, pode-se saber muito sobre a pessoa; pelas palavras mais usadas, pela modulação da voz, pelo ritmo da fala, pelos gestos que acompanham as palavras.

Também a forma de rir é muito reveladora, é um espelho do mundo interno naquele momento; a altura, o equilíbrio ou o exagero, tudo nos mostra um estado interno.

Até mesmo ao telefone pode-se observar o estado interior de quem nos fala e pode-se também ser atingido pela corrente de energia que nos é transmitida. Há vozes deprimente, lamurientas e há vozes alegres, vivazes, estimulantes ou suaves e ternas. Há vozes que nos cortam a palavra, mesmo quando nos perguntam algo, ou pedem uma informação, revelando a ansiedade da pessoa. Há vozes lentas, suaves, compassadas e carinhosas, e outras, apressadas, prolongadas, nervosas.

Quem evolui um pouco, muda sempre a sua maneira de falar, seu tom e seu ritmo, seu riso e seus gestos, pois somos um todo, onde as correntes cósmicas jorram como sopros de vida. Somos os instrumentos que se manifestam afinados ou desafinados, falhos ou perfeitos, melodiosos ou irados.

Educar a voz, selecionar as palavras, escolher os temas da conversa, preferir o correto, o elevado, o reconfortante, é prova de um caminho evolutivo autêntico e ativo. Pois, a beleza, o ritmo e a harmonia fazem parte das leis da natureza, e tudo que foge a elas agride o ambiente e nos agride em dobro.

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