Pena é que se tenha findado tão cedo este
reencontro, pena que tudo deva, realmente, ser assim. Mas se entre nós o abismo
crescer mais do que nossa coragem,
ficará sempre, conosco, a marca profunda deste período como se houvéramos sido
os mais unidos irmãos, os mais ternos entre os amantes.
Se algum dia passar este momento que nos
inspirou mutuamente e nos movimentou sincronizadamente, como ponteiros
definidos de um mesmo relógio, ficará, para sempre, o reflexo de tudo que somos
agora, em forma, em valor, em criação, talvez como escapamento de válvulas que
se rompem para a luz. Depois pode haver o tédio ou o abismo e de novo o
compasso uníssono ou alternado, porém, nunca será anulada esta passagem que
agora transpomos juntos como coisa particularíssima, como passageiros de uma
mesma nave, como participantes do mesmo momento de crescimento, de luta, talvez
de harmonia. Só por isso, já lhe sou grata.
Agora é tempo da colheita e é como se quase
todos os frutos nos tivessem sido revelados ao mesmo tempo, como se esta hora
fosse o centro vital de nossos calendários. Dela, sabemos, dependerá o futuro
que nos parece brilhante e tão difícil, paradoxalmente atraente e perigoso.
Depois,
talvez, regressaremos então aos caminhos mais individuais como se nos fora
mostrada outra estrada menos comum ao nosso mundo deste instante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário